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CIÊNCIA DE INDÍGENA: CONHEÇA A HISTÓRIA DE NIMU BORUM E SUA PESQUISADORA

  • Foto do escritor: Arte Kurumi
    Arte Kurumi
  • 7 de fev.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 17 de fev.

Nimu Borum é uma criança indígena sepultada há centenas de anos na casca de uma árvore, encontrada em sítio arqueológico de Lapa do Caboclo, Minas Gerais.




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No coração de Minas Gerais, entre os rios e grutas que guardam segredos ancestrais, foi encontrada uma criança encantada. Nimu Borum, como foi nomeada pelos sopros dos ancestrais, repousava envolta na casca de uma árvore Pau Santo, protegida pelo cerrado e pelos espíritos da mãe-terra. Sua história, que atravessa séculos, é um testemunho da resistência e da continuidade das culturas indígenas no Brasil.


Sua sepultura não ultrapassava 30 cm de profundidade e estava situada em um território ancestral indígena. Análises revelaram que Nimu foi enterrada entre 1.300 e 650 anos atrás, muito depois das primeiras ocupações humanas na região, que datam de 12.500 anos. Esse tempo intermediário não diminui a importância da sua história – pelo contrário, reforça a continuidade dos povos originários e seus rituais sagrados.


Bibi Nhatarâmiak e sua forma de fazer ciência indígena


Dentro do campo da arqueologia e bioarqueologia, é comum nos referirmos a esses vestígios como "restos humanos" ou "remanescente humano". Mas tais termos carregam uma carga desumanizadora. Como primeira bioarqueóloga indígena do Brasil, Bibi adota uma perspectiva diferente e propõe o termo "pessoas-ossos".

"Nenhum parente indígena deixou de ser gente porque estava em ossos. Sua história deve ser contada com respeito e cuidado", explica Bibi. O conceito de pessoas-ossos surge como uma forma de evidenciar que esses ancestrais continuam sendo parte de um povo, de uma linhagem e de uma luta que não terminou. Não são simples objetos de estudo ou peças de museu – são histórias vivas que precisam ser honradas.


A Sobrevivência de Nimu ao Incêndio de 2020


Após sua exumação, Nimu passou a viver no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG. Lá, fazia parte da exposição "Diversidades em Contextos Arqueológicos Indígenas de Minas Gerais ao longo dos últimos 14 mil anos". Quando um incêndio devastou a reserva técnica do museu em 2020, transformando em cinzas inúmeras pessoas-ossos, Nimu sobreviveu.

O destino de Nimu parece guiado por forças maiores. Seu resgate da mãe-terra, seu nome revelado pelo sopro dos ancestrais e sua sobrevivência ao fogo reforçam a importância de sua existência. Mais do que um achado arqueológico, Nimu é um símbolo de resistência, um testemunho de que os povos originários do Brasil continuam a existir, contar suas histórias e reivindicar seu espaço.


A Dissertação que Reescreve a Arqueologia

O estudo de Bibi Nhatarâmiak sobre Nimu Borum vai além da análise arqueológica tradicional. Ele se entrelaça com sua própria trajetória como mulher indígena e arqueóloga, trazendo uma perspectiva ancestral para um campo historicamente colonizado.

A dissertação, intitulada "Nimu Borum: Nan Brukuku Tchone", pode ser acessada no link: Leia a dissertação completa aqui.

 
 
 

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